Pontos históricos e religiosos

Pontos históricos e religiosos

Tradições Católicas

Mas o visitante que gosta de passear e conhecer a história do lugar, não pode deixar de dar uma passadinha na Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo. Se pararmos para analisar a história de Guaçuí em muitos momentos lá está ela, a igreja da Matriz, desde os tempos da colonização fica geograficamente no lugar estratégico da cidade, no lugar ladeado pela praça e ruas centrais. No palco de tantas lembranças, da luta de um povo, o crescimento, da modernização aos tempos da antiguidade. A data da primeira capela é a mesma da colonização do município, foi em 1838. São exatos 183 anos completados agora em 2021. A colonização ainda está presente no altar da igreja, na forma da primeira imagem da capela. São Bom Jesus veio junto com os bandeirantes, da cidade de Bananal do Norte, no estado de São Paulo. Esse foi o primeiro santo da matriz que chegou em 1838, durante 20 anos recebeu a devoção do povo de Guaçuí, que na época se chamava São Bom Jesus do Livramento, quando ainda pertencia ao estado de Minas Gerais.

Outro templo católico muito visitado pelos turistas já que remete a história e as tradições católicas, é a Igrejinha da Rua do Norte, sendo padroeira Nossa Senhora Auxiliadora. A igreja fica num pequeno elevado, onde também fica a Praça Dona Erlinda com um pequeno jardim. Do lado direito, avista-se o Salão Comunitário da Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora. Na parte posterior, fica o cemitério da família Machado. Construída por Quincas Machado, a igreja teve sua fachada original alterada em 1954, quando sofreu uma reforma geral por causa de uma rachadura que comprometia sua torre. A fachada atual traz portas, sendo a do meio maior que as laterais. As paredes e seus detalhes são brancos. No alto havia uma pequena cruz ao centro do telhado com duas águas.

Colégio Tradicional

Também na Praça da Matriz fica localizado mais um ponto turístico de Guaçuí que é o Colégio São Geraldo, milhares de pessoas se formaram lá nos últimos 97 anos. Na fachada é possível ver a data da fundação que é de 05 de agosto de 1924, o prédio velho continua de pé, mas foi tombado como patrimônio e vem sendo usado como sede de algumas secretarias do município e também para visitação. Já que abriga a Biblioteca Municipal “Dr. Custódio Tristão”.

Fundado em 5 de agosto de 1924, o Colégio São Geraldo, foi instalado no prédio adquirido pelo então presidente do Estado, Nestor Gomes, para o funcionamento de um colégio católico que ficou, nos dois primeiros anos, sob a direção das irmãs Servas de Maria e o padre Nino Minelli. Com a saída da primeira direção, assumiu o padre Miguel, passando a ser chamado Colégio Paroquial São Geraldo. Ainda em 1926, a direção é assumida pela professora Jurema Moretshon de Castro Lacerda. Em 1938, o colégio passa a se chamar Ginásio São Geraldo e abre as portas para os cursos Primário, Complementar e Secundário, além de formação religiosa.

Fundado em 5 de agosto de 1924, o Colégio São Geraldo, foi instalado no prédio adquirido pelo então presidente do Estado, Nestor Gomes, para o funcionamento de um colégio católico que ficou, nos dois primeiros anos, sob a direção das irmãs Servas de Maria e o padre Nino Minelli.

Fazendas seculares

Fazenda Barro Branco:

A fazenda tem um casario feito de estuque com traços do neo-colonial, utilizado como depósito para armazenagem de café, um terreiro para a secagem dos grãos e um alambique com um engenho de cana-de-açúcar, da época de construção da fazenda movido a água. Não informações exatas sobre a época de sua fundação e de seu fundador. A fachada da sede possui cinco portas, com janelas que parecem terem sido reformadas, alterando o estilo original. A fazenda fica na BR 482 sentido o município de Alegre, depois da saída de Guaçuí depois de um percurso de 2,5km, entra a direita, por um acesso rodoviário de aproximadamente 5,5km até o patrimônio.

Fazenda do Galho:

Bem na frente da fazenda encontra-se um jardim para entrada principal, com quatro palmeiras imperiais. O casario é do início do século XX, com estilo de construção rural da época, tendo perdido algumas de suas características originais apôs a reforma. Não se tem informações sobre a data exata de sua fundação e seu fundador. A sede possui dois pavimentos. O superior é usado como moradia e no inferior, existem os porões que funcionam como armazém e garagem. A fachada tem varandas sustentadas por oito vigas de larga espessura, além de sete janelas e um portal, todos em madeira maciça. O passeio começa pelo acesso pela BR-482 no sentido Alegre, com percurso de 2,5km. Depois desse tempo, basta entrar a direita por um acesso vicinal e dirigir por 2,5 km.

Fazenda do Castelo:

Em frente à sede, encontra-se o terreno de café, em cimento e o cemitério, contendo os túmulos dos familiares pioneiros da Família Aguiar, com estátuas de mármore e bronze, trazidas da Itália no início do século XX. O registro da fundação, o deste patrimônio foi feito neste município, porém, estimasse que tenha sido fundado entre 1870 e 1906, data de início da chegada dos fundadores e também dos imigrantes italianos, que vieram trabalhar nas lavouras de café desta região. A Casa Grande possui dois pavimentos, sendo que o superior servia de residência da Família Aguiar e o térreo como senzala. Como não se tem registro da sua construção, a suspeita é que seja do final do século XIX, com prováveis reformas no início deste século.

A fachada superior possui traços do estilo eclético, com características neo-coloniais com outras influências. Possui sete janelas e duas portas que dão acesso a varanda que ocupa toda a extensão frontal da residência, feita em madeira, com guarda-corpo vazado, também em madeira e de forma losangular. Acima, nos beirais do telhado, há presença de lambrequins, em madeira, da mesma forma geométrica do guarda-corpo. As paredes externas do andar superior possuem relevo retangular, com alternância de tons pastéis.

Todas as janelas possuem vidraças. No andar térreo, há seis pilastras de tijolos de frente do conjunto de janelas e portas de entrada da antiga senzala. O interior possui um pé direito de 4,5 metros com teto de tábuas pintadas em tom de areia. As portas e o piso também são de madeira. A propriedade é privada e não é aberta a visitação. O acesso é pela BR 482 quem vai no sentido ao município de São José do Calçado, distante da sede em torno de 15 Km. A fazenda fica ás margens da BR, precisa ter atenção para não deixar passar esse visual. Da porteira até a porta de entrada são 200 metros.

Foto: Roberto Martins
Foto: Roberto Martins

Atrações históricas

Cemitério dos Escravos:

O Cemitério dos Escravos fica localizado na antiga Fazenda da Cachoeira, onde os cativos eram enterrados e que, até hoje, é um ponto de visitação de turistas e de descendentes das pessoas ali sepultadas. E para chegar até lá, o visitante que sai de Guaçuí deve seguir pela ES484 até a entrada da Fazenda da Cachoeira, indo no sentido de São José do Calçado, onde vai dobrar à esquerda e seguir por aproximadamente um quilômetro. O cemitério fica numa encosta à direita.

Comunidade Quilombola:

A comunidade Quilombola do Córrego Sossego faz festa no dia 13 de maio, a data é uma tradição na comunidade, que fica próxima à Cachoeira do Carlito e teve seu certificado como Quilombola confirmado, no início de 2018, em Portaria da Fundação Cultural Palmares como remanescentes de Quilombo. O lugar conta com aproximadamente 30 famílias que vivem da produção agrícola, como café e leite, principalmente. E com a certificação, os membros da comunidade podem ser reconhecidos como descendentes afrobrasileiros, o que poderá trazer novas oportunidades culturais e de geração de renda, além do resgate histórico para o município.

Texto: Andresa Alcoforado
Imagens: Wendel Machado

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